17 junho 2009

Utilidade Pública: Incensos e Defumadores fazem mal à saúde

Diferentes tipos de incensos e defumadores
Queridos leitores, todos sabemos que a prática doutrinária espírita não se coaduna com o uso de objetos materiais para um suposto "afastamento de espíritos malfazejos" ou para "purificação de ambientes", tais quais incensos, defumadores, etc. Os Espíritos Superiores nos ensinam que os mesmos, sendo matéria, não possuem qualquer poder ou efeito sobre os espíritos ou sobre os fluidos-ambiente.

Contrariamente, mais uma vez, à Doutrina Espírita, e ainda influenciado por suas crenças hinduístas, Ramatis afirma em seus livros, em especial em "Magia de Redenção", que tais objetos atuam como "detonadores de miasmas astralinos", contrariando tudo o que aprendemos acerca da natureza dos fluidos.

Não bastasse, pois, serem inúteis do ponto-de-vista espiritual, porque a raiz dos nosso problemas encontra-se no nosso pensamento, no nosso comportamento e nas nossas ações do presente e do passado, os incensos, defumadores e congêneres, conforme pesquisado recentemente, podem ser altamente prejudiciais à nossa saúde.

Leiamos a matéria publicada no jornal "A Folha de São Paulo":

"Teste mostra que fumaça de incenso é prejudicial à saúde, por CLÁUDIA COLLUCCI da Folha de S.Paulo, em Brasília"

"Usado desde a Antigüidade com sentido de purificação e proteção, o incenso acaba de receber sinal vermelho da Pro Teste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Cinco marcas avaliadas mostram que daquela fumacinha, aparentemente inocente, exalam substâncias altamente tóxicas.

Queimando um incenso todos os dias, por exemplo, a pessoa inala a mesma quantidade de benzeno --substância cancerígena-- contida em três cigarros, ou seja, em torno de 180 microgramas por metro cúbico. Há também alta concentração de formol, cerca de 20 microgramas por metro cúbico, que pode irritar as mucosas.

As substâncias nem de longe lembram as especiarias aromáticas com as quais o incenso era fabricado no passado, como gálbano, estoraque, onicha e olíbano. Se há uma leve semelhança, ela reside na forma obscura da fabricação. No passado, o incenso era preparado secretamente por sacerdotes.

Hoje, o consumidor também não é informado como esses produtos são feitos e quais substâncias está inalando. O motivo é simples: por falta de regulamentação própria, os fabricantes de incenso não são obrigados a fazer isso.

Nas cinco marcas avaliadas (Agni Zen, Big Bran, Golden, Hem e Mahalakshimi), todas indianas, não há sequer o nome do distribuidor brasileiro na embalagem. Muito menos a descrição de quais substâncias compõem o produto. A Folha tentou localizar as empresas, por meio dos nomes dos incensos, mas, assim como a Pro Teste, não teve sucesso.

A avaliação foi feita a partir da simulação do uso em ambiente parecido com uma sala. Segundo a Pro Teste, foi medida a emissão de poluentes VOCs (compostos orgânicos voláteis) e de substâncias passíveis de causar alergias, como benzeno e formol. As concentrações foram medidas após meia hora do acendimento.

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste e colunista da Folha, alerta que os aromatizadores de ambiente, como o incenso, são vendidos sem regulamentação ou fiscalização, o que representa perigo à saúde.

"Os consumidores pensam que se trata de produtos inofensivos, que trazem harmonia e, na verdade, estão inalando substâncias altamente tóxicas e até cancerígenas."

A Pro Teste reivindica que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faça um estudo sobre o impacto dos produtos na saúde e elabore regulamentação para a produção, importação e venda no Brasil.

"Estou surpresa. Acendo incensos diariamente há 20 anos no momento em que faço minhas preces no altar budista que tenho na sala. É uma forma de agradecimento às divindades e de limpeza energética. Jamais pensei que eles pudessem fazer mais mal do que bem", diz Renata Sobreira Uliana, 49.

O resultado dos testes também surpreendeu os médicos. "Nunca li nenhum artigo científico a respeito disso, mas é um dado muito interessante, que vai fazer a gente repensar a forma de liberar esse tipo de produto", diz José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia.

Clystenes Soares Silva, pneumologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que nem pessoas predispostas a desenvolver quadros alérgicos (como rinite e asma) nem pessoas saudáveis devem se expor aos incensos."